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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Um pouco mais sobre choque de cultura

Tenho lembrado muito das aulas de antropologia e do mestrado quando discutíamos sobre a necessidade de temos a moral como ilusão de regra. Precisamos ter algo que nos diga o que devemos ou não fazer, mesmo que possamos questionar ou refutar, pois sem isso beiramos a loucura.
Percebo que desde que cheguei tenho a tendência de procurar algo conhecido como proteção: o meu estilo de roupa, de comida e de falar (não abandonei o bah, nem em inglês!). Preciso do chimarrão todos os dias e me sinto mais confortável quando falo ou escuto algo em português. Só não usei a bombacha porque seria insano com esse frio. Mas essas coisas, tão banais no Brasil, tornaram-se meu porto seguro aqui, um guia para me lembrar como agir. Não que aqui seja ruim, pelo contrário, mas ainda não consigo sentir como meu, ou que faça parte do meu mundo.
Tudo aqui é mais evoluido. É como se estivesse fazendo uma viagem ao futuro visitando os Jetsons. Me preocupo com a volta, em que certamente estarei tão perdida quando agora, só que em uma regressão.
Está sendo uma experiência maravilha, e sei que estou pronta para isso. É algo como um atendimento psicoterápico: não tenho uma resposta pronta,mas me preparei a vida toda para protagonizar este momento.
Agora realmente consigo entender o que é um choque cultural e o quanto isso nos engrandece. Mas fácil com certeza não é.

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