As pessoas aqui tem uma educação incrível, digna de admiração de uma brasileira. O povo local diz que a criminalidade vem aumentando, mas pelo que entendo eles se referem a tráfico de drogas, prostituição e mortes passionais. Ainda não ouvi falar em roubo ou assalto no parâmetro brasileiro, e espero que não esteja equivocada. Aqui pelo menos podemos sair na rua sem aquela paranóia de que há mais chances de ser assaltado do que voltar para casa em segurança. E espero que assim continue.
Ainda estou me habituando a ser abordada sem medo ou susto, mas as pessoas realmente ajudam. No nosso primeiro dia na universidade perguntamos onde ficava um determinado local e a pessoa nos deu um mapa indicando. Durante o percurso, por duas vezes puxamos o mapa para verificar se estávamos no caminho certo e em ambas uma pessoa nos abordou: "com licença, vocês precisam de ajuda? Eu posso indicar o caminho a vocês!". E, diferente do Brasil, eles dão a direção certa. Outro dia perguntei ao motorista de ônibus se aquela linha ia para a direção de uma biblioteca, e o cara me respondeu que não. Nisso, havia um outro carinha que me disse que eu poderia sim pegar aquele ônibus e foi me guiando pelo percurso, avisando a parada em que eu deveria descer e que rumo pegar depois. Isso sem contar que todos com quem falamos percebem que somos de fora (rico sotaque) e quando perguntam sobre isso e nós respondemos que estamos aqui a apenas poucos dias eles explicam muito mais detalhadamente, falam pausado e tentam se certificar durante todo o tempo de que estamos entendendo, e sempre apresentam a melhor opção quando se trata de alguma escolha, mesmo que seja a menos rentável a eles, caso seja um vendedor.
Mas o mais engraçado aconteceu hoje. Eu estava passeando vagarosamente no mercado, ainda tentando me habituar com a organização e os diferentes produtos, e uma senhora me parou pedindo opinião para escolher um tapete para a casa dela. Ela nem sabia quem eu era... Fiquei um bom tempo conversando com ela para encontrarmos a melhor opção.
Há também um cuidado excessivo em não incomodar o outro. Quando alguém esbarra ou atravanca algum corredor de loja e outro alguém pede licença, o primeiro se desculpa, e geralmente várias vezes. As palavras "por favor", "com licença", "muito obrigada" e "desculpa" são as mais ouvidas em todos os lugares. As pessoas também costumam andar no canto da calçada ou escada para deixar lugar para quem estiver mais apressado passar, e conversam em tom baixo, sem tanta algazarra.
A educação do povo canadense é conhecida por todo o mundo, e por vezes é até motivo de piada, como este post (ok, eu sei que Justin Bieber é canadense e é piada, mas ele parece ser só uma excessão). Quando falo isso não é para menosprezar o Brasil, mas para que possamos pensar que existe um outro jeito de conviver socialmente. E aqui, com tanta educação, é tão mais fácil! Certamente deve haver um lado ruim, mas acredito que o custo-benefício ainda compense.
Estou aprendendo muito com todo esse processo, e escrevo aqui para poder compartilhar isso. Gostaria que muita gente pudesse vivenciar outro país e aprender o mesmo, ou até poder pensar nessas diferentes formas de organização que trago aqui. É realmente muito melhor para se viver.
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